terça-feira, outubro 12, 2004

Assinado acordo com os revoltosos

1 - Origem do documento: www.guine-bissau.com, 11 Out 2004
por Sabino Santos Lopes

O Governo, a Comunidade Internacional e os militares que revoltaram no passado dia 6 de Outubro, assinaram um memorando de entendimento no principio da noite do dia 10 do corrente mês. No referido memorando, todas as partes comprometeram-se em desenvolver as acções que visam a salvaguarda da paz e estabilidade.

Dentre os principais pontos rubricados, tanto pelo primeiro-ministro Carlos Gomes, Tagme Na Waye, inspector das Forças armadas, Baute Iamta, destacam a promessa do Governo em lutar para a melhoria das casernas, alimentação e pagamento dos salários em atraso.

No discurso alusivo ao acto, o major Iamta Na Man, suposto cabeça da sublevação, continuou a acusar as chefias militares de corrupção e de fuga ao dialogo. Disse na ocasião estar convicto que se os seus chefes tivessem a amabilidade de lhes prestar informações atempadamente, os acontecimentos que vitimaram Veríssimo Seabra e Domingos Barros não teriam lugar.

Tagme Na Waye por sua vez corrobora com as acusações de que as chefias não passam informações, e chegou mesmo a afirmar que o sucedido deve servir de exemplo aos outros chefes para que passem informações.

Num acto presenciado pelo ministro do Estado de negócios Estrangeiros da Timor-leste ramos horta, e o de São-Tomé e Príncipe Ovídeo pequeno, as palavras do chefe do Governo da Guiné-Bissau foram aquelas que mais despertaram as atenções. Carlos Gomes elogiou a serenidade com que os guineenses se enfrentaram a crise, tanto no país como na diáspora, bem como pediu que se cesse definitivamente o ciclo de violência na Guiné-Bissau.

Quanto aos pontos constantes no acordo, assegurou que a medida das suas possibilidades vão cumprir, mas advertiu que o governo precisará dos apoios da Comunidade Internacional. Aproveitou ainda para agradecer o governo chinês que se disponibilizou a pagar aos militares revoltosos o salário do mês de setembro e Outubro do ano anterior.

2 - Origem do documento: www.panapress.com, 11 Out 2004

Militares guineenses exigem melhorias nos quartéis

Bissau, Guiné-Bissau (PANA) - O líder dos militares guineenses que se rebelaram na semana passada instou as autoridades a darem uma maior atenção aos problemas e as condições nos quartéis na Guiné-Bissau, soube-de de fonte segura em Bissau.

O major Bauté Iamta Naman, que falava domingo após a assinatura dum memorando de entendimento com o governo, disse que a rebelião protagonizada por um grupo de militares que exigiam o pagamento dos seus salários pelo cumprimento duma missão da ONU de manutenção de paz na Libéria serviu para "mostrar ao mundo as razões que estiveram por detrás da reivindicação".

Entretanto, o líder dos militares insurrectos lamentou as "perdas irreparáveis" dos chefes do Estado-Maior-General e do Departamento de Pessoal e Quadros das Forças Armadas, respectivamente general Veríssimo Seabra e Domingos de Barros, mortos quarta-feira passada na sequência da rebelião.

O major Bauté Iamta Naman, do Batalhão de Pára-Comandos, sublinhou que as chefias militares se recusavam a dialogar com as tropas, reafirmando ser contra a vontade deles sair das casernas para pegar em armas.



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