quinta-feira, outubro 07, 2004

Assassinado o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas

Origem do documento: www.guine-bissau.com, 07 Out 2004
por Tomás Athizar Mendes Pereira

ASSASSINADO O CHEFE DE ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ-BISSAU
O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas Guineense, general Veríssimo Correia Seabra, de 57 anos – foi violentamente abatido no seu gabinete de trabalho na madrugada do dia 6 de Outubro, em circunstancias por esclarecer durante o levantamento dos militares que participaram nas Forcas de Manutenção de Paz da ONU na Libéria – UNOMIL.

Este acto foi considerado por certos observadores, como ajuste de contas entre as chefias militares, por um lado, e por outro, a tentativa de controlar o comando do Estado-Maior.

Este levantamento vitimou também o chefe da divisão da contra- inteligência militar e dos recursos humanos, Domingos Barros. Alguns oficiais são dados como desaparecidos e dentre quais se pode sublinhar os nomes de, Emílio Costa, vice chefe do estado-maior, Watna Na Laye, chefe do estado-maior do Exército, Melciades Gomes Fernandes, chefe de estado-maior da Força Aérea e Quirino Spencer, chefe de estado-maior da Marinha Nacional.

As fontes militares avançaram a guine-bissau.com que, Veríssimo Seabra foi abatido a queima roupa tendo sido atingido brutalmente na cabeça que ficou totalmente destruída. Quanto ao coronel Domingos Barros, avança-se a hipótese de que foi atingido com uma rajada, depois de supostamente ser forcada a saltar de uma das janelas do estado-maior.

No primeiro dia da sublevação, os jovens militares foram vistos nas negociações acompanhados pelos oficiais, Tagme Na Waye (inspector das Forcas Armadas e Aniceto Flack, comandante do regimento de para-comandos – ambos membros do actual staff do Estado-Maior). Essa situação está a gerar uma certa desconfiança e já se fala mesmo no envolvimento destes dois oficiais próximos do ex-presidente Koumba Yala, na conspiração contra as vitimas.

O levantamento considerado uma reivindicação do pagamento dos subsídios de manutenção da paz, reajuste de patentes, e uma certa onda de crispação que reinava no seio das Forcas Armadas guineenses, alimentada pela desconfiança e a corrupção, não visava matar ninguém.

Um dos militares insurrectos que falou a coberto do anonimato, sublinhou que o que mais gerou polemica, foi o montante a ser pago mensalmente a cada militar que participou na missão de Libéria.

Assegurou que receberam neste país informações de que seriam pagos mensalmente 1644 dólares. Momentos depois (exactamente quando faltavam 30 dias para regressarem), receberam novas informações que davam conta de que seriam pagos 1480 dólares por mês. E, finalmente, em Bissau receberam 1028 dólares. “Quando explicações a este respeito, os altos oficiais limitavam-se a ameaçar-nos”, contou.

Destaca-se que apesar das movimentações na cidade, a vida continua a seu ritmo normal, apesar de uma certa desconfiança que reina no seio da população de Bissau. Banco de África Ocidental (o único banco comercial a operar no país) mantém-se encerrado, obrigando a própria Western Union a suspender as suas operações de transferencia de dinheiro.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?