sábado, setembro 25, 2004

Presidente até às eleições

Origem do documento: "Público", 15 Set 2003

O general Veríssimo Seabra, que liderou o golpe de Estado militar na Guiné-Bissau e assumirá interinamente a Presidência do país até à realização de eleições, era, em 1999, o "número dois" da junta dirigida pelo general Ansumane Mané.

Com 52 anos, o general de quatro estrelas assumiu a chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas guineense em Novembro de 2000, dez meses depois do Presidente Kumba Ialá (agora deposto) ter sido eleito por grande maioria. Foi, portanto, nomeado pelo próprio Kumba Ialá para o mais importante cargo na chefia militar.

Em 1999, Veríssimo Seabra integrou a junta militar que, após onze meses de rebelião, derrubou o Presidente "Nino" Vieira. Braço-direito de Ansumane Mané, antigo chefe do Estado-Maior e figura emblemática da luta pela libertação, o general substituiu Mané quando este foi assassinado por soldados lealistas a Kumba Ialá após ter tentado um golpe para derrubar o Presidente.

Oficial discreto e, segundo os militares, muito eficaz nas operações militares de 1998-99, o general é de etnia papel (a mesma do ex-Presidente "Nino" Vieira), tendo conseguido impor-se no seio de umas forças armadas dominadas por balantas (etnia de Kumba Ialá, maioritária no país).

Formado na academia militar de Kiev, no tempo da URSS, especializou-se em artilharia pesada, tendo igualmente passado pelas escolas da China e dos EUA. Na década de 90, integrou as força de manutenção de paz das Nações Unidas no Ruanda e em Moçambique. Quando regressou à Guiné-Bissau, em 1997, foi suspenso pelo Presidente "Nino" Vieira, ficando afastado até à sublevação militar de Junho de 1998.



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