sábado, setembro 18, 2004

Monocultura de exportação

Origem do documento: Revista Lusotopie, 1995
por Annie Chéneau-Loquay

Segundo a autora de Monoculture d'exportation et grandes domaines en Guinée-Bissau - Transition libérale liée au monde lusophone, "Na perspectiva de uma privatização da terra e da procura de vantagens comparativas, preconizadas pela ortodoxia liberal, a Guiné-Bissau revivifica sua herança portuguesa : criação de propriedades fundiárias registadas sobre a base de uma lei colonial e promoção de uma cultura comercial. O cajú, 80% do valor das exportações, beneficia de preços atractivos depois do desmoronamento da produção de Moçambique, gera rendas fáceis ao longo da fieira e permite assegurar a propriedade. O desejo afirmado de criar uma agricultura comercial dinâmica serviu de pretexto ao açambarcamento da terra e dos créditos pelos ponteiros (proprietários das "pontas" - quintas) próximos do poder e ausentes : as 2 200 pontas açambarcam 27% da superfície cultivável, aquelas de mais de 1 000 ha, 3%, controlam 53% das superfícies atribuidas mas cultivam muito pouco. A produção de cajú é feita pelos pequenos ponteiros camponeses e sobretudo pelos agricultores tradicionais que tem tendência a negligenciar a produção de arroz, principal cultura viveira e "vocação" da Guiné."



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