sexta-feira, setembro 17, 2004

Gramaticalização do crioulo

Origem do documento: Universidade de Brasília
por Hildo Honório do Couto

Em A questão da gramaticalização nos estudos crioulos, destaque para o crioulo da Guiné-Bissau. Escreve o autor: "Os portugueses começaram suas investidas na região da costa ocidental africana já no final do século XV. Nesse processo, entraram em contato com diversos povos, falantes das mais variadas línguas. Quando começaram a estabelecer núcleos de colonização (fortes, fortalezas, feitorias, etc.) ao longo da costa, arregimentaram auxiliares africanos para o trabalho (grumetes) e se juntaram a esposas ou concubinas locais (tangomas), de modo que começaram a surgir comunidades mistas euro-africanas, como Cachéu, Geba e outras, no continente, e Cabo Verde, no arquipélago do mesmo nome. Portanto, as bases para o surgimento de uma comunidade e conseqüetemente de uma língua, já estavam dadas. Porém, diante do multilingüismo vigente nessas comunidades emergentes e heterogêneas, certamente houve um desmoronamento das estruturas das línguas intervenientes, ou seja, de um lado o português seiscentista e, de outro, o mandinga, o mancanha, o pepel, o bijagó, o beafada, o fula, etc. (ver Couto 1992a, 1993b, 1994). A conseqüência natural foi o início da formação, nesses núcleos mistos euro-africanos, de um MCI para atender as necessidades de comunicação não só entre portugueses e africanos mas também dos africanos entre si, dadas as diversas línguas que falavam."



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