domingo, setembro 26, 2004

Apenas 4 candidatos para Ciências Agrárias

Origem do documento: Guine-Bissau.com, 25 Set 2004
por Sabino Santos Lopes

A Universidade Amílcar Cabral (UAC) dispõe de apenas quatros candidatos para os cursos de ciências agrárias e veterinárias para o ano lectivo 2004/2005. Esta situação que vinha arrastando desde do ano experimental (2004) fez com que a reitoria da Universidade decidisse cancelar esses cursos.

Tcherno Djaló, Reitor da Universidade que forneceu essas informações ao Jornal Nô Pintcha (semanário estatal) lamenta a gravidade que essa situação comporta para um país extremamente agrícola, como é o caso da Guiné-Bissau. Infelizmente é essa a realidade. Dos 1224 alunos só quatro deles é que escolheram essas duas áreas. E por consequência não vamos poder organizar esses cursos”, informou.

Sem revelar a alternativa que a Universidade possui para esses candidatos, o Reitor disse que “a situação é preocupante”. “Num país agrícola, não tendo candidatos para área vital da sua economia, significa muita coisa. Significa por exemplo que, temos um trabalho profundo para fazer com vista a mudança de mentalidades”.

Conforme as suas palavras são precisas mais explicações para que as pessoas e os candidatos a qualquer Universidade saibam que “nem toda gente pode ser doutor”. “A situação indica que toda gente quer ser doutor para ficar na cidade de Bissau a andar com carros de luxo, e ninguém quer ir ao campo para sujar as Botas.

Algo crítico, Djaló adverte que urge mudar para que não venha a ser tarde. “Eu me lembro que nos anos 1970-80 toda gente queria ser agrónomo, porque é o curso que Amílcar Cabral fez. Agora mudou a sociedade e os valores são outros. Hoje as pessoas pensam que o importante é o doutor que anda com gravata em Bissau, em detrimento do sector vital da economia do país como é o caso das áreas agrárias”, criticou.

O mal está instalado e a necessidade de se fazer mudanças. Para além da campanha de sensibilização prometido, pelo Reitor, acrescentou ainda que existem outras acções mais administrativas no seio da própria Universidade. “Vamos criará um gabinete de orientação vocacional para os alunos que pretendem estudar na Universidade: para poderem saber aquilo que é importante não só para eles, como também para o país”, prometeu o Reitor Tcherno Djaló.



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