quinta-feira, abril 23, 2009

Greves persistem em sector educativo na Guiné-Bissau

Origem do documento: www.panapress.com, 23 Abr 2009


Bissau, Guiné-Bissau (PANA) - Professores dos quatro principais liceus de Bissau, que boicotam aulas desde segunda-feira última, contiuam em greve, indicaram fontes próximas do ministério bissau- guineense da Educação.

Um movimento de greve já abalou o meio escolar de 19 a 20 de Março último em 95 por cento do território nacional. Alunos e muitos observadores receiam que este movimento resulte num ano lectivo em branco.

"As aulas só começaram em Janeiro último mas registaram muitos cortes devido a vários movimentos de greve dos professores. Não aprendemos nada este ano. Mais vale anular este ano lectivo", afirmou à PANA Pansoa Blaté, um aluno de classe terminal no Liceu Agostinho Neto.

"A Guiné-Bissau consagra apenas 6 por cento do seu orçamento ao sector educativo, é por isso que todos os melhores professores se emigraram para Cabo Verde e que o país corre o risco de ver a formação dos quadros posta em causa", acrescentou.

"Mais vale decretar um ano lectivo em branco como em 2003. No total, os alunos das escolas públicas à escala nacional só conseguiram fazer um trimestre de aulas", deplorou Nhima Sanha, uma aluna do secundário no Liceu Nacional Kwamé Nkrumah.

O secretário-geral do ministério da Educação, Carlos Pereira da Silva, admitiu que o boicote das aulas se deveu ao não pagamento dos salários em atraso aos docentes.

Ele prometeu todavia que o seu pelouro vai interceder junto do ministro das Finanças com vista ao pagamento dos salários em atraso "com os fundos disponibilizados pelo Banco Mundial e pelo Governo francês".

"Como sempre, estamos a envidar esforços junto do ministério das Finanças a fim de resolver a situação, pois é este departamento que paga os professores", lançou.

Sobre uma possível invalidação do ano escolar em curso, Carlos Pereira da Silva retorquiu não haver nenhuma razão para se decretar um ano lectivo em branco.

"Já temos um ensino cujo nível é muito baixo. Estamos a redobrar de esforços para melhorar consideravelmente o seu nível. Quando há perturbações isto contribui cada vez mais para agravar a situação", reconheceu o secretário-geral do ministério da Educação, lançando ao mesmo tempo um vibrante apelo aos professores dos liceus e colégios a fim de retomar as aulas.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?