quarta-feira, abril 11, 2007

Primeiro-ministro guineense promete guerra à corrupção

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 11 Abr 2007

O primeiro-ministro indigitado da Guiné-Bissau, Martinho N'Dafa Cabi, disse hoje que as principais prioridades do seu Governo vão ser o combate à corrupção e ao narcotráfico para voltar a dar credibilidade ao executivo do país. "Estamos no limiar daquilo que é um Estado normal. Portanto, se queremos conquistar a credibilidade de Estado temos de lutar sem tréguas contra a corrupção e isso vai ser uma das nossas maiores tarefas", afirmou Martinho N'Dafa Cabi.


"Na Guiné-Bissau nunca ninguém foi preso por delitos económicos, mas isso vai mudar", disse o primeiro-ministro indigitado, salientando saber que vai ter muitas "barreiras" pela frente.

Segundo N'Dafa Cabi, nomeado por decreto presidencial na segunda-feira e que toma posse na próxima sexta, outro dos objectivos do novo Governo será o combate ao narcotráfico na Guiné-Bissau, referida como "placa giratória" do circuito da droga proveniente da América do Sul com destino à Europa.

"Actualmente, o nosso Estado só funciona em Bissau. No resto do país não há nada. É uma zona frágil, por isso é que entra aqui droga", disse.

"Se fizermos funcionar o Estado em todos os lados da Guiné- Bissau passamos a controlar vários aspectos, fundamentalmente a questão do narcotráfico, que é extremamente perigosa para o nosso país", sublinhou Martinho N'Dafa Cabi.

Nesse sentido, salientou a necessidade de fazer um "trabalho de reforma do Estado e da Administração Pública", que vai "começar pelo interior do país".

"Todos os ministros (do novo Governo), além da sua função normal, vão ser responsabilizados para conhecer o interior do país e conhecer a população e saber o que lá existe", afirmou Martinho N'Dafa Cabi, que falou à Lusa no final de uma reunião de quase três horas com o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior.

Sobre o actual cenário político e a formação de um Governo com base num pacto de estabilidade política assinado pelas três principais partidos do país, Martinho N'Dafa Cabi afirmou que isso seria "impensável" há três meses.

"Há três meses era impensável este cenário político que estamos a viver, por causa da rivalidade enorme existente entre o PAIGC e outras forças políticas do país que dividiu muito esta sociedade", afirmou.

"Isso significa que estávamos a perder um processo tão importante para nossa vida que é a democracia", desabafou.

Para mostrar a importância do actual cenário político, Martinho N'Dafa Cabi comparou a assinatura do pacto de estabilidade governativa à luta contra o colonialismo.

"Chegou um momento em que todos nós ganhámos consciência, como quando ganhámos consciência de fazer a luta contra o colonialismo. Em que todos os guineenses se uniram em torno de Amílcar Cabral e do PAIGC e fizemos uma revolução tão brilhante", disse.

"É estão sensação que tenho. Os três partidos assinaram o pacto e a toda a população se interessou", acrescentou o futuro chefe do governo da Guiné-Bissau.

Sobre o novo papel a desempenhar, Martinho N'Dafa Cabi afirmou ter consciência que será de pedagogo no "sentido de reunificar as pessoas e de manter o diálogo permanente com todos os actores políticos do país, sem menosprezar ninguém".

"Para que efectivamente possamos ter a paz e a tranquilidade almejadas", sublinhou.

Em relação à tomada de posse do novo Governo, Martinho N'Dafa Cabi disse que "vai depender da presidência".

"Da nossa parte 48 horas é mais do que suficiente", afirmou, adiantando que já têm um esboço do novo Governo, mas que ainda tem de ser discutido com o Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira.

Lusa/NL



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