sexta-feira, junho 24, 2005

Elementos da Juventude do PRS acusam dirigentes de vender resultados

1/2. Origem do documento: www.guine-bissau.com, 23 Jun 2005
por SABINO SANTOS LOPES

Alguns jovens apoiantes do candidato do PRS, Koumba Yala acusam certos dirigentes do partido de terem vendido resultados a um dos candidatos, prestes a ir a segunda volta. Em consequencia disso, os jovens barricaram tres altos dirigentes durante toda a noite do dia 22 de Junho.

No principio da manha de hoje o ambiente se mantinha tenso na sede dos renovadores, com os jovens a pedirem cabeça dos supostos dirigentes que venderam resultados. O secretario-geral do PRS, Artur Sanha desdramatiza a questao e diz que num partido como o PRS os desentendimentos aceitam-se.

O alto dirigente dos renovadores, prefere falar mais dos resultados e reafirmou que o PRS nao aceita os mesmos. Acusa o Governo de ter manipulado os resultados a favor do seu candidato, enquanto CNE, segundo ele, foi um instrumento de "facilitismo".

Nas eleições em curso, Artur Sanhá revelou que as fraudes tiveram início desde o recenseamento de raiz. Para tirar mais dividendos, acrescentou Sanhá, a CNE afixou os nomes num papel químico que não permitiu reclamações. “Num país onde a lei funciona e onde as pessoas respeitam os procedimentos, os erros que denunciamos deviam ser corrigidos na devida altura. Decidiram ignorar até ao dia da votação”.

O secretário-geral do PRS não hesita em afirmar que Koumba Yalá venceu as eleições com mais de 160 mil votos, mas lamentavelmente não precisou onde os votos do seu candidato foram subtraídos. O que revelou, é que, a CNE terá recenseado alegadamente estrangeiros provenientes da Guiné-Conacri.

“Essas pessoas (supostos eleitores) não foram descobertos por falta de experiência, porque muitos em pleno acto de voto, pediram para lhes indicar onde deveriam votar. Outros pediam ainda que fossem dados preferência para votarem, porque tinham que voltar para a Guiné-Conacri. São estes, apenas, os factos mais flagrantes, mas outros existem”, acentuou.

Para já, todas essas denúncias do secretário-geral do PRS não foram acompanhadas de factos comprovativos, mas Artur Sanhá, insistiu em dizer que foram acontecimentos verificados em Gabú. Outro facto fraudulento apontado pelo secretário-geral do PRS é a supostas afirmação de um alto dirigente do PAIGC que terá dito que perderam eleições, mas que iam roubar.

“Temos provas, porque alguém ouviu um dos elementos da direcção do PAIGC a dizer isso”. O PRS contesta os resultados, mas não entrou com quaisquer recursos na Comissão Nacional de Eleições. O secretário-geral do PRS assegurou que não vale a pena apresentar algum recurso, porque quase todos já reconheceram que houve erros no passado.

“Há muito que protestamos. Os nossos protestos, anteciparam os factos que acabaram por acontecer. Por isso, é melhor irem apreciar os primeiros protestos que fizemos. Porque todo o mundo já reconheceu que houve fraudes e houve ilegalidades nas eleições de 2004. Roubaram na altura, mas desta vez não aceitaremos ser roubados”, rematou.

Independentemente dos protestos do PRS, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) deverá ainda esta semana anunciar os resultados definitivos. Instado a responder, o que é que fará o PRS abandonar essa posição, respondeu que a questão das eleições não é para brincadeiras. “Não reconhecemos e não vamos reconhecer os supostos resultados definitivos. Porque, para nós os resultados provisórios não existem”.

2/2. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 24 Jun 2005

Dirigentes PRS feitos reféns por horas negam acusações

Três destacados dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS, maior da oposição na Guiné-Bissau) foram feitos "reféns" por um grupo de apoiantes de Kumba Ialá, acusados de "traição", confirmaram hoje dois dos "sequestrados".

Segundo Alberto Nambeia, presidente interino do PRS, e Sola N'Quilin, antigo líder parlamentar, na quarta-feira à noite um grupo de jovens apoiantes do candidato, descontentes com a derrota eleitoral de Kumba Ialá nas presidenciais de domingo, retiveram-nos durante algumas horas na sede dos "renovadores" em Bissau.

Além de Alberto Nambeia e de Sola N'Quilin, que acabaram por dormir fora das suas residências, estive retido ainda o actual líder parlamentar dos "renovadores", Carlitos Barai, acusados de se terem "vendido" a outros candidatos, como Malam Bacai Sanha e João Bernardo "Nino" Vieira.

O "sequestro", tal como definiram Nambeia e N'Quilin, acabaria por terminar quatro horas mais tarde, mas só depois de uma "intervenção superior", que não explicaram, que levou à desmobilização dos jovens.

"As acusações são totalmente falsas e desprovidas de qualquer fundamento e não passam de maquiavelismo com vista a criar um bode expiatório para justificar os objectivos que alguém quer atingir", sublinhou N'Quilin numa conferência de imprensa realizada hoje de manhã.

Questionado pela Lusa sobre quem estará a querer fazê-los de bode expiatório, o antigo líder parlamentar dos "renovadores" não excluiu a possibilidade de ser "alguém da cúpula dirigente" do PRS, salientando, contudo, que está ainda a efectuar as respectivas investigações.

Quarta-feira de manhã, o PRS, que apoiou Kumba Ialá às presidenciais de domingo, candidato que se quedou pela terceira posição e que ficou de fora da disputa da segunda volta, afirmou que não aceitava os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), considerando-os "falsos".

As críticas foram feitas pelo secretário-geral do PRS, Artur Sanhá, ex-primeiro-ministro do Governo de Transição (Setembro de 2003 a Maio de 2004.

Segundo os dados provisórios da CNE, divulgados quarta-feira de manhã, o próximo presidente guineense só será conhecido numa segunda volta a realizar em Julho entre Bacai Sanhá, vencedor da primeira, e "Nino" Vieira, o segundo mais votado.

Bacai Sanhá, que recolheu 35,4 por centos dos votos, é apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) e foi presidente interino da Guiné-Bissau entre 1998 e 2000.

Por seu lado, "Nino" Vieira, que obteve 28,8 por cento dos votos, também foi chefe de Estado da Guiné-Bissau entre 1980 e 1998, sendo afastado do cargo na sequência do conflito militar de 1998/99.



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