terça-feira, maio 03, 2005

Bolama pode ser candidata a património mundial

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 03 Mai 2005

Candidatura de Bolama a Património Mundial deve ser formalizada
O director-geral da UNESCO instou hoje as autoridades guineenses a avançarem com uma proposta de candidatura oficial para que a cidade insular de Bolama possa ser classificada Património Mundial da Humanidade.

O japonês Koichiro Matsuura falava aos jornalistas numa conferência de imprensa no aeroporto internacional "Osvaldo Vieira", em Bissau, num balanço da sua visita de 24 horas à capital guineense, a convite do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior.

Segundo o director-geral da UNESCO, as autoridades guineenses já manifestaram a sua vontade à organização, para que esta aceite reconhecer Bolama como Património Mundial da Humanidade, faltando, no entanto, cumprir uma série de diligências nesse sentido.

"É preciso que as autoridades guineenses façam uma candidatura oficial, que será, depois, analisada pelos peritos da UNESCO. Digamos que há uma série de coisas que devem ser previamente feitas", respondeu Matsuura a uma questão colocada pela Agência Lusa.

O director-geral da UNESCO reconheceu que o facto de o Parlamento guineense ter ratificado a "Convenção de 1972", que define as linhas gerais das zonas do globo que podem ser enquadradas pela organização como sendo património da humanidade, representa um marco importante para uma eventual candidatura da cidade de Bolama.

Em Fevereiro último, durante uma exposição da biodiversidade cultural da Guiné-Bissau, realizada em Paris, o primeiro-ministro guineense aproveitou a ocasião para manifestar junto da UNESCO a pretensão de ver elevada a cidade de Bolama àquela categoria.

"Creio que esta ilha está incluída no grupo de Biodiversidade Mundial a nível da UNESCO. Posso dizer que a ratificação da convenção abre boas perspectivas para a sua inscrição na lista da UNESCO de Património Mundial da Humanidade", frisou Matsuura.

Bolama foi a primeira capital da então província da Guiné Portuguesa.

O director-geral da UNESCO considerou ter vindo ao país num "momento crucial" para o futuro, tendo em conta a proximidade das eleições presidenciais de 19 de Junho próximo.

Na sua avaliação, esta visita, a sua primeira à Guiné-Bissau, simbolizará a abertura de uma "nova página" na cooperação entre as duas partes, nos domínios da Educação, Cultura, Ciência e Comunicação.

Aludiu, a propósito, ao acordo assinado com as autoridades guineenses para o financiamento pela UNESCO de acções de formação de professores e formadores no domínio do ensino público, orçado em 100 mil dólares (cerca de 77 mil euros).

Questionado sobre a impressão que leva do actual momento político do país, Matsuura disse esperar que os guineenses dêem uma resposta "inteligente e sábia" ao "desafio" que representa a votação.

"Espero, como todos vocês, com muita impaciência, pelos resultados das eleições de Junho próximo. Mas estou convencido de que os guineenses vão fazer uma escolha inteligente", vincou.

O director-geral da UNESCO, que deixou Bissau às 17:15 locais (18:15 em Lisboa), cumpriu na Guiné-Bissau a primeira etapa de uma digressão que o levará, já hoje, ao Senegal, de onde seguirá para o Mali e Líbia, antes de regressar à sede da organização, em Paris.



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