quarta-feira, abril 06, 2005

Previsto um encontro de Nino Vieira com o CEMGFA

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 06 Abr 2005

«Nino» Vieira regressa quinta-feira a Bissau, segundo apoiantes

O ex-presidente guineense João Bernardo "Nino" Vieira regressa quinta-feira à Guiné-Bissau, quase seis anos depois de ter abandonado o país na sequência do conflito militar de 1998/99, confirmou hoje à Agência Lusa Jorge Pinto.

Segundo o coordenador do "Grupo dos 30.000", instituição da sociedade civil guineense que está a promover o regresso do ex-chefe de Estado (1980/98) a Bissau, "Nino" Vieira encontra-se já em Conacri, na vizinha República da Guiné, para onde voltará sábado próximo.

O regresso do ex-presidente chegou a estar previsto para hoje, mas Jorge Pinto lembrou que a Guiné-Bissau respeita o terceiro e último dia do luto nacional decretado pelo governo guineense em memória do papa João Paulo II, falecido sábado aos 84 anos.

O coordenador do grupo de apoiantes do ex-presidente guineense indicou que "Nino" Vieira, além de recensear-se como eleitor para as presidenciais de 19 de Junho, a que pretende também candidatar-se, vai ter um encontro como o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Tagmé Na Waie.

Quanto a possíveis reuniões com o presidente interino e com o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, fontes dos dois órgãos de soberania indicaram à Agência Lusa que nada está previsto.

O encontro com Tagmé Na Waie é também um dos aspectos mais importantes do regresso de "Nino" Vieira à Guiné-Bissau, uma vez que o actual CEMGFA jurou, em 1998, numa entrevista à estação de televisão portuguesa SIC, que não iria dar tréguas ao antigo presidente.

Na ocasião, Tagmé Na Waie lembrou que foi a mando de "Nino" Vieira que foi torturado e humilhado, marcas que, disse na altura, o apoquentarão para o resto da sua vida.

No entanto, após a sublevação militar de 06 de Outubro de 2004, o presidente interino da Guiné-Bissau, Henrique Rosa, afirmou que Tagmé Na Waie "já perdoou" "Nino" Vieira e que, se o ex-presidente guineense regressasse a Bissau, "até lhe daria um abraço".

O facto é que, até hoje, Tagmé Na Waie, quando questionado a este propósito pelos jornalistas, nunca respondeu à questão.

Sobre esta questão, Jorge Pinto nada disse, sublinhando que se limita a promover "o regresso do general" a Bissau, cuja hora e local de chegada está a ser mantido em segredo por razões de segurança.

Na semana passada, numa entrevista à Agência Lusa, o primeiro- ministro Carlos Gomes Júnior afirmou que o seu governo não poderá garantir a segurança a "Nino" Vieira se o ex-presidente pretender regressar a Bissau, o que foi criticado por vários partidos políticos da oposição, que lembraram que cabe ao executivo assegurar a protecção de todos os cidadãos.

Terça-feira, o presidente interino guineense afirmou que não vê qualquer objecção ao regresso de "Nino" Vieira à Guiné-Bissau, nem à possibilidade do ex-chefe de Estado concorrer às presidenciais, "desde que cumpra todos os requisitos legais".



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