terça-feira, abril 05, 2005

Nino Vieira regressa

1/3. Origem do documento: www.guine-bissau.com, 05 Abr 2005
Por: Zezinha Fernando Biombo

NINO VIEIRA REGRESSA A GUINÉ-BISSAU

O ex-Presidente da República João Bernardo Vieira (Nino) regressa amanhã ao país depois de seis anos de exílio político em Portugal.

Em Declaração a Rádio Nacional o Presidente da Comissão do Regresso de Nino Vieira, Jorge Pinto garantiu que o antigo Chefe de Estado da Guiné-Bissau chegará amanhã a capital guineenses. Todavia, não precisou a hora da chega do antigo guerrilheiro do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) a Bissau nem o voo que o levará a cidade de Bissau.

Alegando a questão de estratégia, Jorge Pinto disse que a Comissão que preside anunciará no momento oportuno a hora da chegada de Nino Vieira a Bissau assim como a sua proveniência.

“Sabemos que ele chega amanha. Nós conhecemos Nino Vieira durante a luta armada, é uma pessoa que gosta de “fazer surpresas positivas”, porque é um grande combatente”, explicou Jorge Pinto que apelou todos os camaradas de Nino Vieira durante a luta armada da libertação nacional para estarem atentos, porque ele poderá chegar a qualquer hora a Bissau.

Considerou que, pelo aquilo que Nino Vieira fez para Guiné-Bissau merece ser recebido como um grande combatente da liberdade da pátria que regressa a sua terra natal.

Todas as pessoas interessadas podem ir receber o ex-Chefe de Estado sem nenhum problemas. Pois, é um direito do exercício da cidadania que todos os guineenses têm o dever de exercer.

O regresso de Nino Vieira está agitar os hostes do partido libertador, porquanto no seu seio há uma ala, sobretudo a do Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior, que não vê com os bons olhos o seu regresso. Mas, a maioria da população da Guiné-Bissau está expectante no regresso do antigo guerrilheiro que governo a Guiné-Bissau desde 14 de Novembro de 1980 até em Maio de 1999.

2/3. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 05 Abr 2005

«Nino» regressa para se recensear e concorrer às presidenciais

O ex-presidente guineense João Bernardo "Nino" Vieira, exilado em Portugal desde 1999, regressa esta semana a Bissau, onde se recenseará e depositará no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a sua candidatura às eleições presidenciais de Junho.

Em declarações à Agência Lusa, Jorge Pinto, coordenador do "Grupo dos 30.000", organização que está a promover o regresso do antigo chefe de Estado guineense ao país, indicou que a chegada de "Nino" Vieira está "iminente".

"A sua chegada está iminente e deve acontecer entre quarta e quinta-feira", sublinhou Jorge Pinto, indicando que essa informação já foi transmitida aos órgãos de soberania guineenses, bem como às organizações internacionais e corpo diplomático acreditado em Bissau.

Jorge Pinto indicou que "é possível" que "Nino" Vieira chegue a Bissau a partir de Conacri, onde se encontra o ex-presidente, segundo confirmou a Lusa.

De acordo com Jorge Pinto, o antigo presidente guineense (1980/98), afastado do poder na sequência do conflito militar de 1998/99, depois de cumprir o objectivo da sua visita, regressa sexta- feira a Lisboa.

O coordenador do "Grupo dos 30.000" indicou que o regresso de "Nino" Vieira a Bissau tem como objectivo único recensear-se para as eleições de 19 de Junho próximo, uma vez que o processo de recenseamento eleitoral termina no próximo sábado.

Segundo a Lei Eleitoral, um eleitor só pode apresentar-se a uma votação para os órgãos de soberania se estiver recenseado.

O "Grupo dos 30.000", como agora se auto-denomina por ter recolhido aquele número de assinaturas para promover o regresso de "Nino" Vieira ao país, vai entregar a documentação no Supremo Tribunal de Justiça que o ex-presidente possa candidatar-se às presidenciais.

Jorge Pinto indicou que a Comissão Parlamentar para a Reconciliação Nacional (CPRN), que está a promover a unidade entre todos os guineenses, recebeu com "agrado" a disponibilidade de "Nino" Vieira em regressar ao país.

Sobre as declarações feitas à Lusa pelo primeiro-ministro guineense, em que Carlos Gomes Júnior afirmou que o seu governo não pode garantir a segurança do ex-presidente, Jorge Pinto desvalorizou- as, sublinhando que "Nino" Vieira não tem qualquer acção na justiça.

A informação do regresso de "Nino" Vieira já foi comunicada ao governo português, sublinhou Jorge Pinto, que adiantou ter enviado uma carta à embaixada de Portugal em Bissau.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, os promotores do regresso de "Nino" Vieira "solicitam e agradecem" o "urgente acompanhamento e empenhamento do governo português, bem como de todos governos e organizações internacionais com representação em Bissau" no "apoio ao regresso" do ex-chefe de Estado.

Nesse sentido, consideram o regresso de "Nino" Vieira "indispensável ao processo de reconciliação nacional em curso", tal como está regulamentado numa resolução da Assembleia Nacional Popular (ANP), aprovada em Fevereiro último.

Numa outra carta igualmente dirigida ao "Grupo dos 30.000", aqui designada por "Comissão Representativa da Sociedade Civil Guineense", datada de segunda-feira e a que a Lusa também teve acesso, "Nino" Vieira agradece o convite feito para regressar à Guiné-Bissau e sublinha que o aceita.

"No seguimento do convite para regressar ao meu país que essa comissão teve a gentileza de me dirigir, e tendo em atenção que a CPRN me informou que registou com agrado a disponibilidade que demonstrei ao agradecer e aceitar o convite (à) informo que a minha chegada está prevista para o decorrer da presente semana", diz "Nino" Vieira.

"Nino" Vieira, que completará 66 anos a 27 deste mês, foi afastado da presidência guineense em fins de 1998, depois de assinadas tréguas no conflito político-militar desencadeado pela então a 07 de Maio do mesmo ano.

O deposto presidente refugiou-se então na Embaixada de Portugal em Bissau, de onde só sairia depois de prolongadas negociações com a Junta Militar e após assinar uma renúncia formal ao cargo, ao mesmo tempo que recebia garantias de que poderia abandonar o país para se exilar no estrangeiro, neste caso, em Portugal.

Desde 1999 que "Nino" Vieira reside em Gaia, próximo do Porto (norte de Portugal) com o estatuto de exilado político, estando-lhe vedada qualquer actividade política.

3/3. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 05 Abr 2005

Presidente diz que «Nino» Vieira pode regressar desde que venha em paz

O presidente guineense afirmou hoje que o ex-presidente João Bernardo "Nino" Vieira, exilado em Portugal, pode regressar ao país "desde que venha em paz" e para ajudar a Guiné- Bissau a sair da difícil situação em que se encontra.

"Não vejo mal nenhum no regresso de Nino Vieira. Tenho dito sempre que todos os filhos da Guiné-Bissau que queiram ajudar na tarefa de fazer sair o país da situação difícil em que se encontra são bem-vindos", disse Henrique Rosa em resposta a uma questão levantada pelos jornalistas após regressar de uma visita de dois dias ao Senegal.

Henrique Rosa, que não indicou que medidas tomará se "Nino" Vieira não vier em paz, esteve em Dacar a participar nas festividades do 45º aniversário da independência do Senegal, assinalada segunda- feira.

Segundo Jorge Pinto, coordenador do "Grupo dos 30.000", organização que está a promover o regresso do antigo chefe de estado guineense, este está "iminente", podendo ocorrer entre quarta e quinta- feira.

De acordo com estas informações, "Nino" Vieira virá a Bissau para se recensear e para depositar a sua candidatura, como independente, às eleições presidenciais de 19 de Junho próximo.

O presidente guineense disse não ver motivo algum que possa proibir o regresso de "Nino" Vieira ao "país que o viu nascer" desde que, sublinhou, "venha com espírito de paz".

"Todos aqueles que sejam homens de paz, homens que queiram ajudar a Guiné-Bissau a recuperar a paz e a estabilidade, através da sua influência, são bem-vindos", insistiu Henrique Rosa, afirmando que estava a saber da notícia de um hipotético regresso de "Nino" Vieira ao país através da Lusa.

No entanto, reafirmou que não coloca qualquer objecção a esse propósito desde que o antigo presidente não tenha nada em que "esbarre" tal pretensão, alusão implícita à Justiça.

"Estou a saber agora desta notícia em primeira mão. Não faço grandes comentários. Mas digo que, na minha qualidade de chefe de Estado, todos os filhos da Guiné-Bissau têm plenos direitos de virem ao seu país, desde que não haja nada que os esbarre nessa pretensão", esclareceu.

Referindo-se a figura "lendária" de "Nino" Vieira, o chefe de Estado guineense lembrou que o antigo presidente é um ex-guerrilheiro que combateu pela causa da liberdade da Pátria, sendo por este motivo personalidade de "peso" na história do país.

Henrique Rosa fez estas declarações ao lado do primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, cuja opinião sobre um eventual regresso de "Nino" Vieira vai no sentido de não "facilitar a vida" ao antigo chefe de Estado.

Carlos Gomes Júnior não falou aos jornalistas mas, na semana passada, numa entrevista à Lusa, afirmou que, enquanto chefe do governo, não poderá garantir a segurança de "Nino" Vieira caso o ex- presidente decida regressar ao país.

Falando das festividades do 45º aniversário do dia da independência do Senegal, Henrique Rosa destacou o "brilho" da festa e a "pujança" da Nação senegalesa demonstradas nas celebrações.

"Foi bonito ver a harmonia que reina no seio do povo senegalês, facto só possível pelo clima de paz e de tranquilidade que o país respira. Fiquei marcado e sensibilizado pelo que vi" nas festividades, contou.

O presidente guineense destacou, nesse particular, as demonstrações feitas pela juventude, pelos militares e paramilitares, sublinhando ter ficado mesmo com "inveja" do Senegal.

Henrique Rosa, que não comentou o teor de um encontro que manteve com os seus homólogos senegalês, Abdoulaye Wade, e cabo-verdiano, Pedro Pires, fez-se acompanhar nesta sua deslocação ao Senegal pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMFGA), general Tagmé Na Waie, que não prestou declarações.



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