terça-feira, março 29, 2005

Kumba é o candidato oficial do PRS

1/2. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 27 Mar 2005

PRS elegeu Kumba Ialá como candidato às presidenciais

O Partido da Renovação Social (PRS) elegeu o ex-chefe de Estado Kumba Ialá, deposto em Setembro de 2003, como o candidato da maior força política da oposição da Guiné- Bissau às eleições presidenciais de 19 de Junho.

A eleição de Kumba Ialá decorreu numa reunião do Conselho Nacional dos "renovadores", em que participaram 137 dos 215 membros que integram este órgão, tendo o antigo presidente recolhido 84,7 por cento dos votos.

Kumba Ialá, com 117 votos, derrotou o primeiro vice-presidente do partido, Iaia Djaló (12 votos, 8,6 por cento) e o membro da Comissão Política José de Pina (cinco votos, 3,6 por cento), tendo-se ainda registado dois votos brancos e dois nulos.

Momentos antes da votação, Jorge Malú, antigo presidente do Parlamento (200/02) e membro da Comissão Política, acabou por retirar a sua candidatura, garantindo que "nunca" defrontará Kumba Ialá em qualquer eleição.

"O PRS virou uma nova página. Nesta votação, não houve vencedores, nem vencidos. A vitória é do nosso partido", declarou Kumba Ialá no seu discurso de vitória, em que apelou também à mobilização de todos os militantes "renovadores" para as "importantes eleições" que se avizinham.

Na sua intervenção, Kumba Ialá insistiu que foi "obrigado" a assinar a renúncia ao cargo de Presidente da República dois dias após o golpe de Estado militar de 14 de Setembro de 2003.

"A renúncia é, por essa razão, nula. Mas isso é já um incidente do passado. O nosso caminho é o presente e o futuro", afirmou, sublinhando que, actualmente, não tem inimigos.

Na intervenção final, o ex-líder do PRS, cargo que abandonou voluntariamente quando ocupou a presidência guineense, não abordou explicitamente a polémica que rodeia a sua candidatura, nomeadamente a entrega na Justiça de um pedido de anulação do acto de renúncia, o que o impede, legalmente, de se apresentar às presidenciais.

O processo está em análise no Tribunal Regional de Bissau, desconhecendo-se quando terá um desfecho.

É a terceira vez que Kumba Ialá se apresenta como candidato do PRS a eleições presidenciais na Guiné-Bissau, depois de em 1994 ter disputado a segunda volta contra o então chefe de Estado cessante João Bernardo "Nino" Vieira, que venceu com 52 por cento dos votos.

Na votação realizada em Novembro de 1999, que obrigou a uma segunda volta em Janeiro de 2000, Kumba Ialá acabou por vencer, derrotando o candidato do Partido Africa da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, actualmente no poder), Malam Bacai Sanha, ao obter mais de 72 por cento dos votos.

Empossado em Março de 2000, Kuma Ialá, que completou 52 anos em 15 de Março, acabou por estar três anos e meio na Presidência até que, a 14 de Setembro de 2003, um golpe de Estado militar o afastou do poder.

Licenciado em Filosofia, Teologia e Direito, Kumba Ialá regressou à vida politico-partidária activa no dia 12 de Março.

2/2. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 27 Mar 2005

Kumba Ialá elege «Nino» Vieira como adversário a bater

O ex-presidente guineense Kumba Ialá, indicado como candidato do Partido da Renovação Social (PRS) às presidenciais de 19 de Junho, considerou o também antigo presidente "Nino" Vieira como único adversário que lhe pode fazer frente nas eleições.

Em declarações à imprensa momentos após ter sido sufragado nas primárias do PRS como candidato às presidenciais, Kumba Ialá referiu- se a João Bernardo "Nino" Vieira como "um herói e um combatente da Liberdade da Pátria", mas que "já não tem pedalada" para aguentar uma corrida eleitoral.

"Vou vencê-lo, porque ele já tem uma idade avançada para aguentar. Mas respeito-o como grande combatente da Liberdade da Pátria que é, um grande democrata. Amou a democracia, proclamou a independência do país, venceu as primeiras eleições multipartidárias e tem mérito, de maneira que é o nosso herói", disse Kumba Ialá.

Questionado sobre a possibilidade de "Nino" Vieira, actualmente exilado em Portugal desde que foi derrubado por um golpe de Estado, em 07 de Maio de 1999, regressar ao país antes das eleições, Kumba Ialá disse não ver nisso "nenhum inconveniente".

"Nino" Vieira "é um cidadão guineense, tem todo o direito de voltar para a sua pátria e viver como guineense", sustentou.



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