quarta-feira, janeiro 19, 2005

Falta de gasóleo provoca racionamento (Jan 2005)

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 18 Jan 2005

Petromar disponibiliza reservas de gasóleo ao Governo

A empresa de combustíveis guineense Petromar, associada da portuguesa Galp Energia, disponibilizou ao governo da Guiné-Bissau todas as suas reservas de gasóleo, face à inexistência do produto no país, afirmou hoje o administrador da companhia.

Numa conferência de imprensa, Manuel Pereira sublinhou que a Petromar só tem capacidade para abastecer o mercado apenas até terça-feira, pois dispõe unicamente de reservas de 100 mil litros de gasóleo.

A crise no domínio dos combustíveis que se vive desde quinta- feira na Guiné-Bissau deve-se à falta de gasóleo, uma vez que falhou o abastecimento às três outras operadoras: Total, Shell e Lennox, que tinham previsto a chegada de três petroleiros na semana passada.

Contactadas pela Lusa, as administrações das três operadoras explicaram que a situação deverá estar ultrapassada "nos próximos dias", com a chegada dos três petroleiros, com um carregamento de 5.000 toneladas, e reconheceram que a actual crise é "pontual".

Face à situação, apenas os postos de combustíveis da Petromar, que detém na Guiné-Bissau a marca Galp, estão abertos ao público, embora o gasóleo esteja já a ser racionado, pois cada cliente pode abastecer-se apenas com 10 litros.

As filas são longas e surgiu, entretanto, o mercado negro, com dezenas de jovens junto às bombas de combustíveis encerradas a vender gasóleo com preços inflacionados, depois de os comprarem nos oito postos da Petromar, quatro deles em Bissau.

A este propósito, Manuel Pereira apelou ao governo guineense para tomar medidas de forma a evitar que o combustível seja vendido no mercado paralelo, pois são frequentes as adulterações do combustível, uma vez que, para gerar um maior lucro, é "costume" acrescentar-se água.

Na conferência de imprensa, Manuel Pereira lembrou que a Petromar, que opera na Guiné-Bissau desde meados da década de 80, sempre abasteceu o país com regularidade e sem qualquer ruptura, indicando que, até quarta-feira, chega a Bissau um petroleiro com 2.500 toneladas de gasóleo, que permitirá desanuviar a crise.

Neste momento, a prioridade da Petromar é garantir o abastecimento à central eléctrica de Bissau, que funciona a gasóleo, bem como hospitais e outros serviços públicos de urgência.

Sublinhando que a empresa tinha as suas reservas de gasóleo programadas até à segunda quinzena de Fevereiro, Manuel Pereira lembrou que desde meados de Dezembro último que a Petromar tem estado a fornecer combustível aos outros operadores, o que tem debilitado as suas próprias reservas.

Manuel Pereira adiantou que, em relação à gasolina, a situação não apresenta problemas, uma vez que o total de vendas deste tipo de combustível é quase "residual" quando comparado com o de gasóleo.

A falta de gasóleo na Guiné-Bissau agravou-se com a recente decisão do governo em legalizar, de acordo com as normas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o transporte de combustíveis via terrestre, pois o abastecimento fazia-se em camiões cisterna provenientes do vizinho Senegal.

A medida, que é contestada pela Shell, Total e Lennox, visou dar maior transparência ao mercado dos combustíveis, pois obriga a que os abastecimentos sejam efectuados apenas por via marítima, descarregando- se o produto no porto de Bissau.

Desta forma, a cobrança dos respectivos impostos é centralizada na Alfândega de Bissau e permite um maior controlo das receitas.

Entretanto, a central eléctrica de Bissau está a funcionar a Smeio-gás", uma vez que está a racionar a distribuição de energia, e a circulação de automóveis na capital guineense diminuiu significativamente.



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